Economia, o que esperar em 2015?

Ao olharmos para a economia 2014 antes mesmo de seu fim será um ano a ser esquecido, olhando para todas as variáveis macro da economia brasileira estamos diante de um verdadeiro fracasso, nosso crescimento do produto será próximo de 0%, nossa inflação estará no teto da meta de 6,5% com um alto forte componente de inflação reprimida, um passivo recorde com o setor externo, além da deterioração do orçamento. E com isto a pergunta que emerge diante das atuais dificuldades é; o que esperar para 2015?

2015 será o ano de colocar ordem na casa, e como todo ano de ajustes não devemos esperar muitas facilidades para o ano que se aproxima, além disto o destino da economia brasileira para o ano que vem passa necessariamente pela escolha do presidente que será feita este ano, isto por que estamos diante de duas formas muito diferentes de se encarar o ajuste. Em primeiro lugar, devemos explicar o que é o ajuste, para depois entendermos quem é capaz de realiza-lo de forma a suavizar seu impacto na economia brasileira.

O primeiro passo do presidente eleito em 2015 é retomar a credibilidade da política econômica que perdeu muito sua qualidade a partir de 2010, isso perpassa em dar maior previsibilidade à cerca do que vai acontecer na economia, não foi incomum durante este período o governo anunciar previsões demasiadamente otimistas a respeito do que aconteceria na economia brasileira e estas previsões não se concretizaram. O problema das previsões sobredimensionadas é que elas confundem os investidores que programam seus investimentos com base em um cenário que não se concretiza e acabam incorrendo em prejuízos ou em capacidade ociosa, o que a médio prazo inibe os investimentos na economia brasileira e com isto instala-se um ciclo vicioso onde o baixo crescimento afugenta os investimentos e os baixos níveis de investimentos fadam a economia a estagnação.

As expectativas ruins à cerca da economia brasileira, de onde vem e como revertê-las? Está claro que as expectativas ruins sobre o Brasil vêm da incapacidade do governo de entregar aquilo que promete, ao começar o ano de 2014 com uma expectativa de crescimento de 2% e terminar com um crescimento efetivo de 0,3% e isto se estender quanto às expectativas de inflação, comércio exterior, câmbio e até o superávit primário, os investidores confusos entesouram e não desembolsam seus investimentos, por outro lado, o que o governo tenta sustentar a demanda agregada aumentando o seu consumo, desorganizando a economia, na prática o governo só está substituindo gastos privados por gastos públicos.

O ajuste neste sentido será no sentido de permitir que o câmbio flutue, resgatar a credibilidade da política fiscal com vistas a fortalecer o superávit primário além de um novo ajuste patrimonial com vistas ao incentivo à parcerias público-privadas na área de infraestrutura, a convergência da inflação de volta ao centro da meta sem a presença de reprimidos que na prática pressionam a expectativa da inflação futura e no futuro. Em outras palavras ajustar a economia passa por reorganizar a política econômica, se é isto, por que 2015 será um ano difícil? E mais ainda, por que os resultados destas políticas podem ser diferentes caso vença um ou outro candidato?

O ajuste neste caso pode significar um maior aperto pois o governo vai diminuir o seu consumo e a inflação no centro da menta significa juros de curto prazo mais altos e estas políticas trazem um componente recessivo, a magnitude desta recessão, entretanto, será tão maior quanto menor for credibilidade do governo em promover estas mudanças macroeconômicas, por isto é racional pensar que com Aécio eleito teremos um ajuste muito mais suave em relação à Dilma, e isto porque o esforço para a atual presidente convencer os investidores privados de que está disposta a reorganizar a economia após tê-la desorganizado é muito maior em relação ao que seria feito pelo senador o qual não pesa a desconfiança do mercado.

Portanto, com certeza a eleição de Aécio significa um 2015 menos ruim em relação à Dilma, a redução dos gastos públicos será substituída pelo dinheiro do investidor privado (principalmente através das PPPs) que hoje descrente com a qualidade da política econômica opta por entesourar seus recursos esperando por dias melhores.

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