Autor: Iam Bremmer – É economista e analista de risco, presidente do Grupo Eurásia que acompanha o desempenho econômico e político em dezenas de países.
Gênero: Economia Internacional
Ano de Publicação: 2010 nos EUA e 2011 no Brasil
Avaliação: ****
Descrição: A pesar do título o autor faz uma defesa do liberalismo econômico e da livre iniciativa e aponta os riscos de um novo modelo que emerge em países desenvolvidos e em desenvolvimento em resposta à crise de 2008. No início e nas conclusões do livro o autor narra, a partir de dados e de evidências os inúmeros benefícios da forma de organização das democracias liberais ao longo de três décadas entre os anos 1980 e a crise de 2008. Na visão de Bremmer, tratou-se de um ininterrupto período de conjunção de liberdades políticas e individuais com prosperidade econômica que estaria sob ameaça pelo novo modelo erguido ao final dos anos 2000. Também se preocupa em apresentar os fundamentos básicos e morais do liberalismo clássico, revisitando clássicos como Adam Smith. A autor demonstra, a partir de uma análise histórica, que a prosperidade econômica advinda de um modelo liberal é potencializada em regimes políticos igualmente liberais.
O autor traça diferenças, que segundo o autor são condicionantes à prosperidade, entre a forma de organização de democracias liberais como os Estados Unidos e nações cujo processo de desenvolvimento está inconcluso como a Rússia e a China. Para Bremmer, a forma como se organizam as instâncias das elites políticas e burocráticas em países não democráticos condenam o seu desenvolvimento econômico pela subordinação do lógica de mercado aos interesses políticos.
O principal argumento do livro se desdobra quando Bremmer apresenta o capitalismo estatal adotado em países não desenvolvidos, em um modelo econômico cujo Estado subordina o mercado visando aumentar seu campo de influência buscando bônus políticos. O autor aponta a construção de monopólios estatais e as políticas de campeões nacionais como características deste processo que leva o empobrecimento dos países. Salientando que este processo de formação de capitalismo estatal se esparrama em vários países do mundo segundo especificidades que o autor aponta para vários países, como que em análises de estudos de caso.
O autor trata o avanço do capitalismo de estado como um problema a ser solucionado e uma ameaça ao livre mercado. Aponta que este modelo causa dependência das economias que o praticam do Estado, inclusive em áreas estratégicas para o desenvolvimento e segurança como a energia. O autor aponta também o risco do protecionismo como uma eventual resposta política que o capitalismo de estado oferece às suas elites empresariais, difundindo a ineficiência. E o autor relaciona o desempenho econômico com violações de regras de comércio internacional e violações de regras humanitárias próprias de nações que exacerbam na prática do capitalismo de Estado.
Comentários