Alckmin prepara time dos sonhos para economia

Após o esvaziamento da força política do Senador Aécio Neves, envolvido em escândalos de corrupção, e do desgaste da imagem do prefeito de São Paulo João Dória, que abandonou a capital para percorrer o país tentando se cacifar como pré candidato a presidência da república. Também depois de assumir a presidência nacional do PSDB, cadenciando o racha interno entre os grupos dos “cabeças brancas” contra os “cabeças pretas”, e estancando a crise que ceifava aos poucos a credibilidade do PSDB. O governador de São Paulo Geraldo Alckmin se tornou o candidato natural do partido à sucessão do presidente Michel Temer (PMDB).

Após vencer quase todas as barreiras partidárias internas, restando agora uma composição com o Prefeito de Manaus Arthur Virgílio, para que possa enfim assumir, enfim, sua candidatura presidencial. Alckmin tem agora dois desafios: 1° se cacifar como um polo de poder viável, ou seja, o governador precisa ser capaz de mostrar ao eleitor que ele pode vencer as eleições. Em que pese ele ainda ocupe a modesta 4ª posição na última pesquisa Datafolha com intenções entre 6% e 8%, a depender do cenário, o crescimento das intenções de voto de Alckmin não são mais uma questão de SE, mas sim questão de QUANDO. É razoável acreditar no crescimento de sua candidatura, que até 2 meses atrás ainda não estava posta. Ademais Alckmin é governador de São Paulo, Estado mais populoso cuja frente de votos, lhe coloca naturalmente como um candidato viável, finalmente, será candidato pelo PSDB, cuja máquina partidária é densa o suficiente para alavancar qualquer candidatura.

O 2° desafio do governador, é apresentar um programa de governo factível ao país, se diferenciando das ameaças autoritárias que pairam sobre a eleição, seja à sua direita, seja a sua esquerda. Para isto, o governador precisará de uma boa equipe capaz de redigir um programa de governo estruturado em três pontos: i) Uma agenda de estabilização, sobretudo do quadro fiscal, ii) Uma agenda de crescimento econômico, haja visto nossa profunda perda de capacidade de criar valor e, iii) Uma agenda de distribuição de renda, devido ao fato das profundas desigualdades que existem na sociedade brasileira.

Outros candidatos já possuem seus times de economistas, Lula ou qualquer outro nome que venha disputar pelo PT, se vale do apoio intelectual de economistas da fundação Perseu Abramo e da Unicamp, nomes como Marcio Pochmann e Luiz Gonzaga Belluzzo estão entre seus principais concelheiros. Jair Bolsonaro (PSL), vem sendo aconselhado pelo economista do IPEA Adolfo Sachsida e admitiu recentemente conversas com o economista Paulo Guedes. Marina Silva (REDE), tenha talvez construído até aqui a melhor equipe econômica dentre os pré candidatos, com Eduardo Giannetti da Fonseca e André Lara Resende. Junte-se a isto o estreante em eleições João Amoedo (NOVO) que tem ao seu lado outro nome de prestígio, o do economista Gustavo Franco.

Em que pese o PSDB tenha a tradição de ter em seus quadros os melhores economistas do Brasil, é bem verdade que isto foi bastante esvaziado durante a crise moral que o partido atravessou em 2017, com a permanência na base do governo Temer, leia mais aqui. Agora cabe a Alckmin recuperar um time de craques na área econômica, junto com a credibilidade do PSDB. E o governador já está trabalhando neste sentido, sondagens recentes da imprensa, mostra que um possível plano de governo de Alckmin seria coordenado pelo economista Pérsio Arida, que teve participação no Plano Cruzado, no Plano Real, foi presidente do Banco Central no governo FHC e hoje é da diretoria do banco BGT Pactual.

Pérsio é um nome de enorme prestígio junto ao meio empresarial e acadêmico, coautor junto com André Lara Resende do paper Larida, um clássico da literatura nacional dos anos 1980, com propostas para o país debelar a inflação. A equipe econômica de Alckmin terá ainda outros nomes de enorme peso, dentre eles o economista e ex Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, e o economista do IBRE Samuel Pessoa. Tudo isso junto a economistas históricos do PSDB, que serão eternos conselheiros como Pedro Malan e Edmar Bacha.

A escolha de um bom time de economistas, é mais uma etapa no caminho que Alckmin pavimenta até o Planalto, e um time composto pelos nomes supracitados significa um sopro de credibilidade em uma candidatura que acaba de nascer e que deverá ganhar muita musculatura até julho deste ano. Se as coisas continuarem caminhando nesta direção, as chances do governador ser promovido a presidente vão se tornar cada vez mais efetivas.

Leia também:

Prévias no PSDB, cacifam Virgílio como vice

As 10 razões pelas quais Alckmin será o próximo presidente

 

 

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

*

*

Translate »