Economistas no Governo

 

No último dia 12/07 a imprensa nacional e também o Correio, noticiaram que um economista recém nomeado, fora demitido um dia depois por divergir (segundo a reportagem) do ministro Mendonça Filha (DEM – PE) quanto ao projeto Escola sem Partido.

 

Diante disto, por se tratar do Adolfo Sachsida, um profissional que conheço e que em breve virá à Uberlândia a meu convite, compartilhar seus conhecimentos, além de, o fato de economistas estarem continuamente na mira da hostilidade por parte da opinião pública, achei pertinente para fins de esclarecimento escrever este artigo, sobre os fatores que motivam a ida de um economista para um governo qual e a sua função.

 

Antes, é relevante informar ao leitor como se dá o processo de formação de um profissional que, em geral, é um dos mais completos do mercado. Em geral economistas tem uma sólida formação histórica e filosófica, que lhes permitem uma boa compreensão de mundo e das relações sociais de forma geral, são também profissionais dotados de um poderoso arsenal matemático e estatístico que lhes permitem avaliações consistentes sobre custos e benefícios, tangíveis e intangíveis, indispensáveis para quaisquer empresas e governos que levem suas atividades a sério, por fim, são profissionais com noções razoáveis em administração, contabilidade e direito, lhes permitindo em muitos casos realizar funções cujo a especialização compete a outros.

 

É comum, portanto, encontrar economistas em funções de prestígio, dentro e fora do governo a começar pelas duas últimas eleições presidenciais, haviam três economistas no páreo, um inclusive de altíssimo nível, o hoje Ministro José Serra.

 

Profissionais com estas credenciais, são encontrados no mercado financeiro, de capitais, no setor produtivo, nas consultorias, na academia, ensinando, escrevendo, sendo a única profissão que conheço que possui um jornal temático, exclusivo, diário, de grande escala, prestígio e circulação nacional.

 

Comumente tal profissional é convidado para governos, por ser dotado de visão de longo prazo, vem normalmente para solucionar situações embaraçosas e, não raramente para ganhar menos do que ganhavam no antigo trabalho. Foi nestas condições que assumiu o ministro Joaquim Levy, egresso do Bradesco em 2014, cujo o bom desempenho em condições adversas, foi injustamente boicotado pelo próprio governo, partidos da base e parte da opinião pública, ao pedir demissão, o competente economista PhD em Chicago, provou que sem ele a situação pioraria bastante.

 

A presença de bons economistas é condição condicionante para o sucesso de qualquer governo, vide o Plano Real e as reformas que foram realizadas nos anos 1990 e, vide agora sob o comando do Presidente Michel Temer, um homem de bom senso, a equipe econômica que foi montada, de competência referendada pelas contribuições já desempenhadas.

 

Diante disso recebo com tristeza a demissão do colega Adolfo Sachsida do MEC, independente das reais causas, não apenas por ser um profissional competente e talentoso, um dos pioneiros a levantar a tese da bolha imobiliária, mas por que vejo uma perigosa tendência de censura quanto a tais profissionais, tolhindo-lhes de falar o que pensam, como ocorrido com Armínio Fraga em 2014, os grandes perdedores nunca serão tais profissionais, que seguirão trabalhando noutros lugares, mas sim a própria ossatura do Estado, que perderá na qualidade de seus quadros.
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