Luto pelo Brasil

Nos anos que venho dedicado sobre o estudo contínuo e aprofundado da economia, tive a oportunidade de ler recentemente os capítulos iniciais dos “Compêndios dos Elementos de Economia Política Pura” de Leon Walras, talvez o principal economista do século passado cujo por alguma injustiça do destino, raríssimas vezes foi lido no original, e os seus 3 primeiros capítulos se dispõe exatamente em diferenciar na economia o que é ciência, o que é arte, e o que é moral.

 

Trata-se de uma tarefa não trivial, o racionalismo exacerbado e o cientificismo que dominam em muitos casos, jogam a moral que existe por trás da ciência para o plano secundário, quando isso acontece, só nos resta torcer e rezar para que os resultados científicos cumpram a sua promessa de ampliar e distribuir o volume de riqueza, caso o contrário é a população que sofre.

 

A economia é uma ciência moral, tal como o direito, tal como a medicina, isto por que pequenos acertos por parte do agente ativo, provoca pequenos benefícios por parte dos passivos, contrariamente, pequenos erros por parte dos ativos, pode redundar em enormes desastres na vida dos passivos, no direito verificamos isso na figura da injustiça, na medicina na figura das sequelas ou morte que algum tratamento errado causa nos pacientes, e na economia os estragos quase sempre são em massa, pequenos erros ainda que dotados de boa intenção, causa o que estamos presenciando no dia a dia do país desde o ano passado.

 

O governo brasileiro cometeu inúmeros erros durante os últimos anos, como existe uma defasagem intertemporal entre o início de uma política e a sensação dos seus resultados por parte da população, hoje sofre-se no Brasil o resultado dos erros que se iniciaram em 2008, sob o elegante nome de Nova Matriz Heterodoxa.

 

Hoje sofremos com um cenário que combina uma crise setorial sem precedentes, uma crise macroeconômica clássica e uma crise política que se auto alimentam entre si, e o povo passivamente sofre as consequências não apenas das más escolhas dos nossos governantes, mas também da falta de horizonte cujo a saída para tamanho retrocesso não se vê a médio prazo.

 

Diante disso, é preciso cobrar dos nossos representantes que submetam seus interesses pessoais aos nossos interesses coletivos e sob este aspecto não poderia me furtar de cumprimentar a CDL de Uberlândia por fazer o seu papel de entidade, os pequenos lojistas se unem sob a tutela de uma entidade para que possam ter vez e voz junto ao poder público para defender seus interesses principalmente em momentos de dificuldades.

 

Não entendo o que querem os que criticam a campanha, será que os efeitos da crise pelo qual são ceifados milhões de empregos, eliminados milhões de pequenos negócios, não é uma pauta pela qual a entidade precisa reivindicar? E fazê-lo de forma a ser ouvida pelas autoridades? Fazer campanha de marketing é importante mas não passa de mera perfumaria, o que adianta fazer campanhas suntuosas como as do passado se a renda do consumidor está caindo e seu custo de vida aumentando? Me parece muito mais desperdício de recursos.

 

Fico feliz em ver a adesão nas CDLs vizinhas, nos comércios, nos bairros, nos carros e etc… mostrando que a população não vai ser cúmplice de um poder autoritário, incompetente e incapaz de entregar o que promete, fica a sugestão para o pós campanha, sugerir pautas para o governo que atenuem os efeitos da crise.
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