As eleições parlamentares

Os olhos do Brasil se voltam hoje para Brasília onde assumem seus mandatos 513 deputados federais e 27 dos 81 senadores, partidarismos a parte, a maior renovação (38%) do congresso desde 1998 indica necessidade e vontade popular por mudança, tudo indica que logo mais as 18 horas as eleições que escolherão o presidente da Câmara federal e do Senado, independente do resultado, deva reproduzir a mesma margem apertada verificada pela nas eleições presidenciais de novembro.

O presidência da Câmara e do Senado além de estratégica para os partidos e para o governo, é de fundamental importância para a população, num momento em que os escândalos da operação Lava Jato favorecem murmúrios populares ainda que sem musculatura pedindo impeachmant da presidente da república quem preside as casas estão na linha sucessória para assumir o governo do país.

Dentre os candidatos, percebe-se em ambas as casas uma nítida fragilização do governo não vista em anos, a possibilidade de derrota dos candidatos oficiais Arlindo Chinaglia PT – SP e Renan Calheiros PMDB – AL, isto indica que o fortalecimento da oposição verificada em novembro persiste, e mesmo diante de uma nítida e vergonhosa intervenção da máquina do executivo, utilizando seus ministros e cargos para repetir a lamentável tática de aparelhar um poder da república imprimindo uma agenda externa às casas.

A derrota dos candidatos oficiais nestas eleições podem ser de profundo interesse da sociedade, a vitória de Eduardo Cunha (PMDB – RJ) na câmara e de Luiz Henrique da Silveira (PMDB – SC) não sugerem um rompimento com o governo como alguns insistem em afirmar, ambos os parlamentares são de partidos da base do governo Dilma, mas indicam uma capacidade dos congressistas imprimirem uma agenda própria para o poder legislativo que hoje trabalha apenas a agenda muitas vezes confusa do executivo e judiciário.

Além de que, oxigenar os quadros é bom para a democracia e para a instituição hoje com uma cara muito próxima às oligarquias que se alternaram na presidência ao longo destes últimos anos. Na câmara Arlindo Chinaglia já foi presidente, o atual presidente Henrique Eduardo Alves PMDB – RN não foi reeleito deputado e portanto está fora, mas tem um nítido perfil governista que corrobora com esta percepção do congresso.

No Senado Renan já foi presidente por 3 mandatos, alternava com o aposentado ex presidente José Sarney PMDB – AP a presidência da casa ao longo destes últimos 12 anos, com exceção Garibaldi Alves PMDB – RN que presidiu por um mandato. Mas é nítida a predominância do PMDB e de oligarcas nordestinos na presidência das casas.

O PMDB é um partido heterogêneo de forma que mesmo estando na base, a vitória de Eduardo Cunha e Luis Henrique da Silveira significa rompimento com ala oligárquica do partido, sem contar que ambos declararam voto em Aécio Neves na eleição de outubro, sendo o segundo ex governador do estado que imprimiu a maior derrota à presidente Dilma.

Embora tenha larga vantagem numérica, tudo aponta para que a presidente Dilma não tenha vida fácil no congresso nacional, a possibilidade de derrota nas eleições parlamentares demonstra isto, mas não só, teremos 2 ex presidenciáveis no senado, José Serra e Aécio Neves ambos foram oponentes da presidente nas ultimas eleições e sua presença na casa indica para um terceiro turno das eleições presidenciais, teremos uma política bastante polarizada.
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