O novo e falido ministério
Em política começamos a entender as causas do sucesso e do fracasso de um determinado governo, olhando para os quadros que o compõem, neste sentido FHC fez com 22 ministros o que Lula e Dilma não conseguiram fazer com 39. Desenhar e construir a arquitetura econômica e de avanços sociais que perduraram no Brasil até o passado recente.
Vencer a inflação, alinhar o país com as economias mais modernas e competitivas do mundo, enfrentar as péssimas condições financeiras de 27 Estados e centenas de municípios, criar um ambiente institucional sólido e auspicioso ao investimento privado, são conquistas econômicas inegáveis dos anos 90.
Da mesma forma, na área social, colocar 100% das crianças de 7 a 14 anos na escola, criar o programa de financiamento do ensino superior Fies e deixa-lo com mais de 130 mil beneficiados já em 2000, criar a rede de proteção social a qual vale ressaltar a importância do programa Bolsa Escola que já em 2002 atendia 5,5 milhões de crianças erradicando assim o trabalho infantil e dando acesso às crianças de baixa renda, mais do que uma cadeira na escola, mas também a merenda escolar que significava um enorme avanço para os padrões da época.
Na saúde os avanços foram ainda maiores, com a redução em 90% dos casos de cólera no país entre 1995 e 2000. Redução em mais de 50% nos casos de infecção da AIDIS entre 1993 e 2000. Redução em quase metade da mortalidade infantil no período. Tudo isso com a ampliação do consumo de medicamentos com a criação dos genéricos, os programas Saúde da Família e Bolsa Alimentação que elevaram tanto o IDH quanto a longevidade da nossa população.
Tamanhas conquistas só são possíveis ao reunir os melhores e mais competentes quadros políticos e técnicos de uma geração, na economia Pedro Malan realizou um excelente trabalho ao lado de Gustavo Franco, Armínio Fraga, Edmar Bacha e outros, no desenvolvimento agrário, Raul Jungmann, na saúde José Serra, na educação Paulo Renato de Sousa, nas relações externas, Celso Lafer, na justiça, Aloysio Nunes Ferreira, nas comunicações Pimenta da Veiga, enfim, um time de notáveis que até hoje prestam bons serviços ao país.
Hoje a situação que temos é bastante adversa, primeiro devido ao fato da intensa rotatividade de ministros que sucederam desde o mensalão, é nítido que nos atuais governos o primeiro escalão não consegue maturar no cargo.
Agora a presidente Dilma divulga seu novo quadro ministerial, na economia a boa surpresa é Joaquim Levy, muito embora lhe tenha sido confiada a quase impossível missão de preservar o Grau de Investimento da economia brasileira, já é um rompimento com o modelo econômico fracassado desenvolvido por Dilma e Mântega. Há ainda uma visível melhora na pasta da Indústria e comércio com a saída de Fernando Pimentel, um dos grandes responsáveis pela desindustrialização do país e a entrada de Armando Monteiro, ex presidente da CNI e portanto alguém do Ramo.
As decepções são Eduardo Braga nas Minas e Energia, Aloysio Mercadante na Casa Civil, Jaques Wagner na Defesa, Gilberto Kassab nas Cidades, Aldo Rabelo na Ciência e Tecnologia, Helder Barbalho na Pesca mas principalmente, Cid Gomes na Educação, um governo que propõe gastar 10% do PIB nessa pasta, não pode se dar ao luxo de sucatear o mais estratégico ministério desta forma, com este quadro ministerial, dá pra prever que o governo Dilma 2 será pior que Dilma 1.
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