O governo muda a economia

É sabido que as políticas econômicas populistas causam dividendos políticos de curto prazo a quem as coloca em prática, foi assim na história do Brasil e do mundo, governos populistas impunham crescimento forçado no curto prazo vendendo a perspectiva de um futuro mais seguro e sustentável. Este foi o Brasil do PT que ao longo dos seus 12 anos sacrificou as perspectivas de um crescimento sólido transformando as iniciativas pró mercado arquitetadas com muito sucesso nos 2 governos tucanos em um país de burocratas e incompetentes.

A impressão que se tem neste final de governo Dilma – guardadas as devidas proporções – é que retrocedemos 30 anos na nossa história e voltamos para o Brasil da década de 1970, onde os burocratas militares impuseram ao Brasil alguns anos de crescimento acentuado seguido de 20 anos de estagflação (termo utilizado em economia para conciliar inflação a baixo crescimento econômico).

Embora os números sejam outros, as características são as mesmas, temos um passivo externo recorde forçando a cotação do dólar que pressiona a inflação doméstica, o cambio saiu de R$1,70 para R$2,40 no ultimo ano o que mostra o quão capenga é a política econômica deste governo, que hora usa a taxa de câmbio para arrefecer a inflação e hora a usa como parte de uma política industrial tola que não tem se mostrado eficiente na prática.

A solidez fiscal, um princípio pétreo de países que aspiram galgar as posições mais elevadas do capitalismo global foi abandonada pelo governo Lula sob o argumento de que para o país sair da crise não é necessário ter responsabilidade sobre o gasto público sendo válida inclusive a gastança indiscriminada e o desperdício dos recursos do tesouro.

O descontrole fiscal por um lado, provoca aperto monetário de outro, não é atoa que o governo desenvolvimentista de esquerda do PT não consegue explicar os juros mais altos do mundo que eles herdaram e que estão deixando de herança para o próximo presidente que assumir.

O fato é que os 12 anos de populismo no Brasil se esgotaram, basta olhar pra nossa taxa de investimento que a 20 anos estacionou nos 19% do PIB e vai se manter assim se novas iniciativas pró mercado não forem acionadas. O consumo em bens duráveis que segurou o “novo milagre” de 2010, assim como em 1975 não poderá ser ampliado indefinidamente. As exportações começam a ser uma alternativa atraente a medida que a economia americana apresenta sinais de recuperação, para isto entretanto é preciso que o governo faça o que não fez até aqui, invista em ganhos de produtividade para que possamos competir, já que a mera manipulação do câmbio se mostrou um artifício tolo.

O fato é que ou o governo muda a economia ou a economia muda o governo, pois é dada a necessidade de se recuperar a credibilidade no orçamento fiscal do governo, para isto é importante que se persiga o déficit nominal zero das contas públicas, é preciso ainda que se consolide a inflação na meta e se construa uma meta de longo prazo para a inflação no Brasil, que se estimule o setor exportador industrial através de ganhos de produtividade e não do recorrente protecionismo para que vislumbremos uma taxa de juros declinante ao longo dos próximos anos, tudo isto sem se esquecer das reformas microeconômicas que foram esquecidas da pauta mas essenciais para impulsionar nossa economia.
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