Queda na aprovação e eleições 2014

Publicado no Jornal Correio de Uberlândia em 09/06/2013

A pesquisa datafolha que mostra o desempenho da presidente Dilma Rousseff segundo a população, muito mais do que uma queda, apresenta um tendência que pode chegar respingar em 2014 no período eleitoral. A queda assinalada pela pesquisa foi de 8 pontos percentuais, ou seja sua avaliação positiva caiu dos 65% que se encontravam segundo o ultimo levantamento, para os atuais 57%, se observarmos do ponto de vista da variação, estes 8% se tornariam 12% se relacionados aos 65% iniciais.

Seus 57% podem ser considerados ainda uma grande avaliação se considerados os 39% de Lula durante seu primeiro governo e os 36% de FHC em igual período, entretanto o que não se pode desconsiderar é a tendência que estes 57% representam e que podem ser considerados o resultado de um alerta amarelo desde as eleições municipais do ano passado, o PT, embora tenha vencido na capital São Paulo, não tem a mesma força de antes, e isto pudemos visualizar nas suas expressivas derrotas em redutos importantes seus como Fortaleza, Manaus, Salvador e Recife. Capitais tradicionalmente simpáticas ao PT onde a presidente Dilma e o ex presidente Lula trabalharam diretamente por seus candidatos.

Portanto com certeza seja a hora de se juntar as oposições, em pró de um projeto alternativo, estratégico e ousado para os próximos 20 ou 30 anos, pois a cortina de veludo caiu, a farsa do desenvolvimento está sendo desmentida agora, 11 anos se passaram desde que Lula subiu o planalto e nenhuma reforma estruturante foi feita, o país que o PT entregará em 2015 será o mesmo que recebeu em 2003, com algumas ligeiras mudanças setoriais, com algumas variações positivas em indicadores sócio-econômicos provocados muito mais por medidas impopulares ainda dos tempos FHC, mas nada muito mais ambicioso do que isto.

Penso que o ciclo do PT está se esgotando, durante os 6 primeiros anos seu governo foi ajudado e muito pela conjuntura internacional, liquidez em alta, preço internacional das commodities triplicando, crescimento econômico tanto no mundo desenvolvido, como nos países emergentes em alta, e as migalhas desta prosperidade que nos sobravam, serviam para inflar a popularidade do presidente Lula mesmo sem que este fizesse algo pelo futuro.

Nos últimos anos, a conjuntura internacional piorou muito, e nossas velhas fragilidades estão expostas novamente, a inflação voltou a assustar, o governo não se decide entre usar o câmbio para controlá-la ou utilizá-lo como política de proteção industrial. O crescimento do país, lá se vão três anos e continua patinando, depois da propaganda do novo milagre em 2010, com aqueles surreais 7%, chegou a hora de pagar a fatura, 2,5% em 2011, 0,9% em 2012 e este ano não cresceremos muito mais do que 2%. Nossas contas externas também deixam a desejar, o eloquente ritmo ao que crescem as importações é fruto de um desequilíbrio onde o aumento desejável da renda dos brasileiros, não é transformado em consumo doméstico, o que está fadando á falência a indústria nacional.

A conclusão que se tira é que o governo tem gastado seu capital político acumulado nos anos de bonança internacional, durante os de baixo desempenho, e agora este capital político começa a dar sinais de esgotamento, Dilma não é tão unâminidade como parecia, Aécio começa a se viabilizar, é hora de unir as oposições e vencer as eleições de 2014.
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