PT, um desastre que persiste 10 anos

Publicado no Jornal Correio de Uberlândia em Fevereiro de 2003

Foi em 2003 quando Lula subia a rampa do planalto que os olhares do mundo todo se voltaram para o fato inédito de um presidente operário ser eleito legitimamente pela vontade popular. A conjuntura que azeitou a ocasião pode ser descrita pela enorme desconfiança dos mercados temerosos que as políticas econômicas do governo nascente, resgatasse o programa partidário falido que lastreou os quase 20 anos da retórica do PT na oposição.

Dez anos depois e podemos fazer um balanço muito claro do trabalho que foi feito no Brasil em termos de políticas públicas. Longe dos palanques onde ocorreu o evento que marcou a festa de 10 anos de governo do partido e que mais serviu para atacar opositores do que para destacar os ganhos do Brasil propriamente dito.

Na economia, as coisas não vão bem, aliás, nunca foram, de 2003 á 2008 o mundo emergente avançava a uma taxa de crescimento superior a 5% ao ano, enquanto nós patinávamos com 3,5% em média. Sob o discurso do nunca antes, bastou a primeira crise para nossas fragilidades todas estarem expostas, após quase 20 anos um decrescimento do nosso produto -0,2% em 2009 que está produzindo consequências até o presente momento em que este ano teremos um pífio crescimento econômico de 1%.

Os defensores do governo argumentam que os juros no Brasil nunca foram tão baixos, por outro lado omitem que a inflação próxima do teto da meta de 6,5% nunca permanecera tão alta por um longo período de tempo desde a implantação do Real. Além disto, empresas continuam se financiando por uma das taxas mais elevadas do mundo. No prisma da política fiscal, tivemos uma elevação da carga tributária de 27% do PIB em 2003 para 36% do PIB hoje, paralelo à expansão dos impostos temos uma deterioração da atividade estatal no país, os serviços públicos gradativamente passam a ser sucateados e oferecidos á população com crescente precariedade, tome como exemplo a atuação das agências regulatórias nacionais, do serviço de saúde, do abandono das fronteiras do país, enfim, o governo não devolve para o povo o referente ao que tira dele na forma de tributos.

Os investimentos públicos vão de mal a pior. As estatais, devido ás políticas de ingerência política estão mitigando sua capacidade de investir e com isto de ser competitivas, por outro lado muito pouco foi feito pelo governo em termos de ferrovias, rodovias, portos e aeroportos para que pudéssemos incentivar os investimentos do capital privado que está asfixiado por uma carga tributária irresponsável, por uma política de crédito irrealista e pela falta de condições estruturais ( energia, transporte e comunicações ) adequadas.

O emprego, como argumentam os defensores deste governo, se mantém em nível elevado às custas da expansão do emprego público irresponsável que elevou a burocracia e onerou o setor produtivo. É importante que tenhamos um Estado forte e competente, entretanto o caminho traçado foi justamente o contrário, temos um Estado oneroso e lento na operacionalidade de suas funções.

Desta forma defendo que o Brasil seja governado por um grupo capaz de fazer avançar qualitativamente os padrões de desenvolvimento do país, dando eficiência, modernizando a máquina pública, oferecendo transparência e mais do que isso, sendo criativo e inovador para melhor posicionar nossa nação frente á nossos concorrentes o que hoje, 10 anos depois, o PT não conseguiu proporcionar.

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1 comentário

  • Anônimo

    Pessoas como você fazem falta na administração pública. Parabéns pelo blog, lúcido, bem escrito, sensacional.
    Deve ser economista pela serenidade nas análises.

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