As eleições municipais

Publicado no Jornal Correio de Uberlândia em 
Muito mais do que as teses sobre o fim do mundo, 2012 produzirá um efeito interessante para a democracia brasileira, as eleições deste ano devem ser observadas e analisadas com cuidado pois terão desdobramentos futuros para o nosso Brasil. Ela estarta o início da corrida presidencial onde o senador e ex governador Aecio Neves enfrentará a presidente Dilma Rousseff em 2014.

Embora pareça longe da presente data a eleição presidencial, o pleito está na pauta do dia e a imprensa não poupa olhares para a polarização que já está configurada e o assédio segue indicando a tendência das eleições que virão como uma continuação dos movimentos do pleito deste ano. Ambos os lados – governo e oposição – saem fortalecidos de 2012, embora o noticiário trate de uma visível desidratação do DEM, tradicional aliado do PSDB nas corridas presidenciais, omitem por outro lado a criação do PSD, que não se configura nitidamente como situação ou oposição no país e elegeu prefeitos em importantes cidades, sua movimentação na minha opinião tende a caminhar com o PSDB, visto a origem do partido e a trajetória de suas lideranças.

Outro fator primordial para uma análise ainda que prematura das eleições presidenciais é o PSB, partido do governador Eduardo Campos que sinalizou de maneira veemente um distanciamento do PT nas eleições deste ano, claro que é cedo para se falar de uma ruptura entre as legendas, mas a situação está longe de ser o que foi no passado e já em vários locais do país há uma aproximação com o PSDB, inclusive me Belo Horizonte, onde Aécio foi o fiador da eleição do Marcio Lacerda prefeito da capital. Somando-se a isto o capital eleitoral que o PSDB e os demais partidos de oposição DEM e PPS acumularam depois de 3 derrotas presidenciais, o cansaço que o ciclo político produz no partido ou grupo que ocupa o poder por muitos anos junto ao eleitor mais o próprio amadurecimento que podemos perceber no eleitor brasileiro demandando eleições mais politizadas e menos agressiva, podemos fazer um vislumbre positivo para a oposição.

Entenda-se por cansaço do ciclo político, não uma deterioração da imagem pessoal do presidente ou do grupo, mas sim um anseio por novos testes por parte do eleitor, é importante ressaltar que não necessariamente boa avaliação de um governo se traduz votos para quem o representa, o eleitor entende que mesmo avaliando positivamente uma administração ou um governante, outra pessoa no lugar pode muitas vezes fazer um trabalho melhor.

Isto que viabilizaria a candidatura de oposição mesmo que a popularidade da presidente chegue no nível elevado que se encontra atualmente em 2014, entretanto tenho impressão que a presidente Dilma não sustente este capital até lá, não por culpa sua mas sim do seu antecessor que governou o Brasil como um irresponsável, além de a presidente estar sendo rígida e muitas vezes até corretamente com setores que foram afagados com benesses até aqui e agora “sentem perder a bocada”.

Qualquer análise portanto que façamos acerca do processo eleitoral que está germinado nestas eleições de 2012 é prematuro, mas há espaço para uma vitória da oposição desde que vá unida para a disputa em torno de uma candidatura forte e vigorosa em pró do desenvolvimento e das inovações necessárias e que rompa com setores conservadores e atrasados que hoje governam o Brasil.
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