O PT e a falência do setor elétrico
Não faz muitos anos e os brasileiros se lembram do apagão de 2001, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, onde, devido a um longo período de estiagem os reservatórios das usinas hidrelétricas se viram esvaziados e o país enfrentou um racionamento de eletricidade. Hoje praticamente 12 anos se passaram e já se vão 10 anos que o PT assumiu o governo federal, qual o cenário em que deparamos na geração de energia no Brasil? Talvez um panorama pior do que tivemos em 2001.
Nossos níveis de reservatórios estão baixos, a capacidade das hidrelétricas aquém do é necessário para que ao menos mantenhamos os modestos níveis de crescimento econômico que apresentamos nos últimos 5 anos. Temos algumas termoelétricas a mais o que não garante que continuada a estiagem não entremos em outro racionamento.
O Caos demorou a aparecer, mas já era anunciado, no setor de distribuição de eletricidade a incompetência, o loteamento político, a burocracia, a corrupção entre outros fatores que acompanham o modo PT de conduzir as coisas – haja visto o exemplo de Furnas – produziram o momento delicado pelo qual passamos.
Excessiva dependência da energia hidrelétrica, altíssimo custo da eletricidade aos consumidores e ao setor produtivo e enorme descaso com os investimentos no setor elétrico que são a marca do PAC.
Lula tem sua responsabilidade, entregou o Ministério de Minas e Energia de portas fechadas ao PMDB, o ministro Lobão é desqualificado para a função e agora mesmo que não haja outro “apagão” haverá socialização das perdas. O desconto anunciado de 20% na conta de energia durante as eleições do ano passado para alavancar algumas candidaturas do PT pelo país inclusive a de Fernando Haddad em São Paulo não deve sair da retórica oficial, inclusive já é dado como certo pela imprensa que se houver algum desconto deve ser bastante inferior aos 20% prometidos.
Tudo isso sem contar a Petrobrás, instrumento importante no desenvolvimento do Brasil, empresa estratégica do setor energético brasileiro sendo vítima de uma das piores administrações desde a sua fundação em 1953, mesmo com toda a riqueza do pré sal e com a auto suficiência anunciada em 2006 não foram capazes de compensar a má gestão de Gabrielli na empresa que agora acumula um bilionário prejuízo.
O desfecho desta história ainda não se concretizou, mas o final todos já sabemos, o prejuízo gerado pelo loteamento da Petrobrás, pela sua má gestão, pelo seu uso como palanque político será descontado no tanque de gasolina dos carros, caminhões e ônibus de todo o país, a socialização das perdas já nos parece óbvio e o preço da gasolina vai subir.
Sem eletricidade capaz de alimentar novos investimentos e com a gasolina pressionando pra cima toda uma cadeia de preços não devemos ser otimistas ao projetar crescimento e inflação para o biênio 2013 14 já que energia abundante e a baixo custo é fator condicionante para qualquer crescimento com vigor.
Falta-nos uma visão estratégica na área de energia e mais do que isso uma visão republicana não apenas do setor elétrico, mas do Estado brasileiro como um todo, que precisa servir ao povo e não aos interesses de um partido ou de uma facção, os apagões estão por toda a parte, na eletricidade, no saneamento, no abastecimento, na infra estrutura, na habitação, sem profissionalismo na condução do Estado não há solução para estes.
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