Incompetência e incapacidade

Publicado no Jornal Correio de Uberlândia em
Mais uma vez a previsão para o produto brasileira é revista para baixo, já se fala em crescimento de 2,53%, bem menores do que os 3,4% previstos no final do ano passado, esta tem sido a tônica das previsões desde 2010, uma total falta de credibilidade.

Quem não se lembra do ano eleitoral em que o Brasil cresceu a 7,5% e a previsão para 2011 fora 5,5% durante as eleições, o tempo passou, essas previsões foram se ajustando e terminamos o referido ano com um pífio crescimento de 2,5% com previsão de 4% para 2012, onde mais uma vez ficamos longe e crescemos apenas 0,9%.
Agora a história se repete, as previsões começaram a 4% e estão se deteriorando desde então e já há previsões que coloquem nosso PIB em algo entre 2 ou 2,2% que na prática é o que vai acabar acontecendo.
O PIB brasileiro cresce pouco devido em muito a conjuntura internacional que vem patinando desde 2008, entretanto não é só isso, muita coisa o governo pode tomar pra si como forma de estimular a economia brasileira. Por exemplo, não foi tomada nenhuma medida nestes quase 11 anos de PT no governo, no sentido de diminuir os custos trabalhistas que na prática são altos para se contratar, são exorbitantes para se manter e são enormes para demitir um funcionário – atribua-se a isto o fato de que embora a economia cresça pouco e as expectativas se deteriorem, o mercado de trabalho continue aquecido.

Este aspecto serve para esmiuçar uma estrutura perversa, por trás da farsa do pleno emprego que o governo vende e muitas vezes devido a uma eficiente maquina propagandística com êxito. Ainda prevalecem os tradicionais problemas do mercado de trabalho brasileiro, subemprego, rotatividade, informalidade, má remuneração – basta percebermos que o grosso das nossas contratações ocorrem em empregos que pagam até 2 salários mínimos.

Contrastado a isto, enfrentamos uma contínua e perversa alta de preços que atinge diretamente esta faixa de renda da população brasileira, evidentemente que já a algum tempo o governo abandonou sua preocupação que deveria ser prioritária com a inflação, mas quando separamos as cestas de consumo dos índices de preços, notamos que a maior alta de preço se dá em transporte e alimentos, encarecendo toda uma cadeia de preço, e incidindo muito mais agressivamente ás classes mais humildes.

Somado a isto temos uma execução descoordenada da política econômica, o Banco Central não se preocupa em combater a inflação, o ministério da fazenda não se preocupa em elevar a qualidade do gasto público, para otimizar o orçamento do governo e despertar o investimento privado para acelerar nosso crescimento, o PAC sobre a responsabilidade do ministério do planejamento é um verdadeiro engodo.

É preciso uma política econômica alternativa ao modelo que aí está, que ofereça um modelo de crescimento com estabilidade, é possível crescer, reduzindo burocracia, elevando investimentos públicos e privados, incentivando a ciência e a tecnologia e é possível ser estável, realizando reformas microeconômicas capazes de reduzir custos do trabalho, realizar uma reforma jurídica capaz de dar importância ao respeito á contratos, tudo isto, sem menosprezar a transparência no governo que deveria ser obrigação, mas quase sempre é deixada para segundo plano. Precisamos nos reinventar para acendermos externamente e não sendo apenas coadjuvante como nos anos Lula.
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