As 10 razões pelas quais Alckmin será o próximo presidente

A exatamente 1 ano das eleições de 2018, quando será escolhido o sucessor do presidente Michel Temer, os sucessores de 27 governadores e suas respectivas assembleias, além de renovados os mandatos da Câmara dos Deputados e 2/3 do Senado. Existe uma enorme inquietação quanto aos nomes das duas candidaturas postas até aqui, e que ocupam respectivamente as 1ª e 2ª posições em quaisquer pesquisas de intenção de votos veja os últimos números da pesquisa IBOPE aqui, são eles o ex presidente Lula (PT) e o deputado Jair Bolsonaro (especula-se que se filiará ao PEN).

Liderar pesquisas a um ano da eleição, costuma ser muito ruim para as candidaturas da dianteira, que passam a ser alvos de críticas de hipotéticos adversários, da opinião pública e da imprensa. Ademais, Lula e Bolsonaro lideram as pesquisas neste momento, pois estão em flagrante campanha pelo Brasil, o que evidentemente custa caro, de forma que as andanças de ambas as caravanas pelo país custa caro, e num ambiente cujo financiamento privado é limitado, podem retirar o fôlego financeiro destas candidaturas quando a disputa se acirrar em julho de 2018. Não custa nada lembrar da história, quando se datava um ano antes das eleições, em 2002 as pesquisas apontavam Roseana Sarney DEM – MA como favorita, em 2010, o tucano José Serra chegou a ter 60% de intenções de votos contra 12% de Dilma Rousseff, já em 2014, duas semanas antes do 1° turno, se dava como certo que Aécio Neves não estaria nele, após amargar 13% de intenções de votos.

Em 2018 não será diferente, a primeira coisa a se saber é que a eleição terá certamente um segundo turno e, sendo isso verdade, é razoável acreditar que (se estiver na disputa) Lula deve ocupar uma das vagas do segundo turno. No entanto, diferentemente das demais eleições 2002 e 2006, quando tinha a máquina do governo nas mãos, e uma ampla estrutura de apoio e financiamento, desta vez Lula é oposição, e sua estrutura será bastante reduzida, sendo ainda conhecido por 100% e rejeitado por quase 60% dos eleitores nos levantamentos feitos por institutos de pesquisas, as chances de Lula voltar a ser presidente são bastante diminutas. A questão é, diante do quadro posto, quem estará no 2° turno em 2018 com Lula e, portanto, deve vencer as eleições?

Há duas opções postas, uma candidatura do PSDB, que a esta altura está consolidando o nome do governador de SP Geraldo Alckmin, de forma quase unânime. Ou, pode estar ainda no segundo turno, uma candidatura de terceira via, o que não deve ocorrer, dado que na eleição que se aproxima, a terceira via irá fragmentada num conjunto de candidaturas independentes. Além de Bolsonaro, são pré candidatos a presidência da república a ex senadora Marina Silva REDE-AC, o Senador Álvaro Dias PODEMOS-PR, o Senador Cristovam Buarque PPS-DF, o ex ministro Ciro Gomes PDT-CE. Diferentemente de 2014, quando a chapa Eduardo Campos-Marina poderia capitalizar sozinhos o voto do eleitor que rejeitava simultaneamente PT e PSDB, agora a terceira via vem fragmentada em pelo menos 5 candidaturas que deverão ter menos de 10% das intenções de votos, o que inviabilizará sua passagem para o segundo turno. Portanto, é razoável acreditar que Alckmin passe para o segundo turno e vença a eleição, por 10 motivos que listamos abaixo.

1 – O tamanho da sua coligação – Apesar de uma eleição com um grande número de candidatos, o centrão deve fechar integralmente com Alckmin, que deverá ter na sua coligação os seguintes partidos: PSDB, DEM, PMDB, PP, PR, PTB, PRB, PSD e até o PSB, tido de centro esquerda, mas cujo apoio a Alckmin está sendo usado como moeda de troca pelo apoio dos tucanos a candidatura de Marcio França PSB-SP ao palácio dos bandeirantes leia mais aqui. Do tamanho desta coligação, surgem os próximos itens de vantagem do tucano.

2 – O maior tempo de TV e rádio – Importante determinante de vitórias em eleições, pela primeira vez desde 2002 uma coligação tucana terá vantagem sobre a petista nestes quesito. Com uma coligação de pelo menos 9 partidos de médio porte, a coligação de Alckmin deverá ter o maior tempo de televisão veja as novas regras aqui. Ainda não se tem uma estimativa exata, mas esta coligação deverá ter sozinha 2/3 do tempo de TV.

3 – A campanha com mais recursos – Outro importante determinante de vitórias eleitorais, a reforma política aprovada no congresso este ano, proibiu a doação empresarial de campanha, pelas regras atuais que você lê aqui, o PSDB pode ser o segundo partido em recursos distribuídos pelo fundo de R$1,8 bilhões aprovados pelo congresso para financiar as legendas ano que vem. Isto por que o partido elegeu a terceira bancada da câmara e a segunda bancada do Senado, que pelas regras atuais passam a compor o calculo da distribuição destes recursos.

4 – O maior número de palanques estaduais – O PSDB é hoje o partido com o maior número de governadores, são 6 no total, PA, MS, MT, PR, SP e GO. Alguns candidatos a reeleição. Em Estados chave, como SP, MG, RS, BA e PE Alckmin terá palanques bastante competitivos em seu apoio, como o prefeito de Salvador ACM Neto DEM-BA e a Senadora Ana Amélia Lemos PP-RS.

5 – O maior número de deputados federais e estaduais – fator importantíssimo e muito pouco lembrado entre os determinantes de uma candidatura vitoriosa. As campanhas presidenciais não tem condições de visitar em 45 dias de eleições, os mais de 5.000 municípios brasileiros com menos de 50.000 habitantes, nestes locais, a presença do candidato a deputado (estadual ou federal) acaba angariando apoio para a chapa presidencial. Se Alckmin tiver realmente o apoio do centrão em sua coligação, ele terá pelo menos 60% dos palanques locais levando sua candidatura nos locais onde ela não poderá estar.

6 – Experiência no executivo – Problemas de ordem moral e ética a parte. Os governos tucanos, sejam quando ocuparam o Planalto por 8 anos com FHC, seja as gestões do PSDB em importantes Estados da federação, saíram vistos em geral pelos eleitores como bons executores. O que de certa forma atrai o eleitor de centro (direita ou esquerda), que após a crise trienal de 2014-17, terá medo de ingressar em aventuras populistas de direita ou esquerda e tenderá a votar em uma candidatura que traga previsibilidade e segurança em questões econômicas.

7 – Fator economia – Muito influente na decisão do eleitor, após 3 anos de grave crise, não se pode prever que a locomotiva da economia estará viajando em alta velocidade em 2018, mas certamente estará melhor do que estava em maio de 2016 quando Dilma ainda era a presidente. Ainda não fechamos nossa estimativa para o PIB e emprego ano que vem, mas é razoável acreditar em PIB positivo em pelo menos 1,5% e desemprego em queda. O que mitiga as chances de uma candidatura de ruptura, ou de oposição sistêmica ao modelo posto.

8 – Fator rejeição – As pesquisas de opinião apontam um descontentamento generalizado com relação à classe política, no entanto, a intensidade que esta onda de rejeição atinge as diferentes candidaturas postas é heterogênea. Dos candidatos a presidente postos até aqui, Alckmin tem a menor taxa de rejeição 31% entre os candidatos mais conhecidos (Lula com 42% e Bolsonaro com 33%).

9 – A fragilidade dos adversários – Em grande medida, o PT venceu as últimas 3 eleições, espalhando que seus adversários acabariam com programas sociais, privatizariam as universidades públicas, retirariam recursos da saúde e educação, elevariam a taxa de juros pois, são “liberais” e “dilapidadores” do patrimônio do povo. A mais de um ano no governo, a agenda ortodoxa foi responsável pela maior queda em curto espaço de tempo da taxa SELIC que caiu de 14,25% para 7,5% em um ano, e tem mantido dentro das restrições orçamentárias, todos os programas sociais herdados da era PT.

10 – A fragmentação da terceira via – Como comentado no início do texto, apenas a unificação da terceira via em uma única candidatura que capitalizasse os votos que rejeitam tanto PT, como PSDB, poderia conduzir uma candidatura alternativa ao 2° turno com talvez 30% dos votos no 1° turno. A fragmentação desta rejeição em pequenas candidaturas independentes com intenção de votos acima dos 6% mas abaixo dos 12%, inviabiliza uma candidatura de 3ª via e fortalece a candidatura Tucana como única capaz de derrotar Lula e o PT.

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5 Comentários

  • Paulo Faria Mariano

    Faltou o motivo que é o partido que forma a coligação “FICA TEMER, CUSTE O QUE CUSTAR” ou aquele “O AÉCIO É NOSSO E NÃO MEXA COM ELE”. Como moralizar um país com um partido que tem uma base podre?

  • Carlos Dessal

    Não levou em consideração o fator midas sociais e o debate. Neste ponto, uma candidatura considerada como da terceira via poderia sair vendedora, como a do próprio Ciro, que tem o melhor projeto e possui os melhores argumentos.

  • Miguel Wilton Lobato Reça

    Só não levaram em conta que, Bolsonaro não possui adversários que dividam seus votos, pois é o único, digo, ÚNICO candidato de direita. Alckmin vai dividir votos com os candidatos de centro e de esquerda. A única salvação de Alckmin são as malditas urnas eletrônicas “inauditáveis” e um presidente do TSE tucano e indicado pelo PMDB, provavelmente Alexandre de Moraes.

  • Gabriel Goudar

    O principal fator o senhor não analisou, que são os anseios dos eleitores. Apenas isto derrubaria toda sua análise.
    Da mesma forma que nos EUA a Hillary tinha todos estes 10 fatores em seu favor, e ainda assim o desejo popular se sobre a eles.
    Sem dúvidas o fator cultural é o mais importante, deve ser levado bastante a sério é estudado a fundo, e sem ele não é possível nenhuma análise séria.
    Recomendo este excelente artigo, apesar de não abordar os fatores que colocam o Bolsonaro e o Lula e frente nas pesquisas:
    http://sensoincomum.org/2017/11/03/forca-eleitoral-jair-bolsonaro/

  • Jonas Cartaxo Rolim

    É uma opinião .

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