Afastado, Tasso fica mais forte

A notícia dada hoje, do afastamento do Senador Tasso Jereissati CE da presidência interina do PSDB, acirra os ânimos pelo comando do partido, nas eleições que estão marcadas para o dia 09 de dezembro, onde o Senador concorre contra o Governador de Goiás Marconi Perillo. O movimento patrocinado pelo presidente do Partido e também Senador Aécio Neves MG, soa claramente como uma retaliação à postura independente de Tasso frente ao governo Temer.

No entanto, o tiro dado por Aécio, apoiado pelo PMDB, pode sair pela “culatra”, já que cria um ambiente de revanchismo dentro do PSDB que tende a fortalecer ainda mais a candidatura de Tasso. O PSDB está claramente rachado, isto é dado por uma parte dos analistas e, até mesmo por parte da imprensa opinativa, como um ponto de desvantagem do partido. No entanto, olhando sob outra perspectiva, num cenário de desprestígio total das siglas partidárias, que neste momento estão participando da orgia de cargos e emendas patrocinadas pelo planalto (que em nada mudou desde o impeachment o modus operandi da política nacional). Apenas o PSDB mostra sozinho um mínimo de organicidade para resistir, ainda que de forma incompleta e parcial de seus quadros, não aderindo totalmente ao fisiologismo asqueroso do governo Temer.

“O meu PSDB não é o PSDB destes caras” disse Tasso Jereissati ao comentar o seu afastamento da presidência interina do partido, e o eleitor percebe esta diferença. De forma que o mesmo eleitor que abomina as movimentações de bastidores do Senador Aécio Neves em prol da sobrevivência de uma estrutura política carcomida e podre, vê nos movimentos do Senador Tasso Jereissati, a esperança do surgimento no Brasil, de uma política feita com ética, responsabilidade e postura.

Em outras palavras, o afastamento de Tasso Jereissati, nos termos vistos no noticiário de hoje, o aproxima da opinião pública na mesma intensidade que afasta o Senador Aécio Neves da mesma. Mas e o PSDB? Se isto vai fortalecer ou enfraquecer o partido, apenas o resultado das eleições partidárias de dezembro pode nos dar pistas. Certamente uma vitória do grupo ligado a Tasso fortalece o partido para as eleições de 2018, ao mesmo tempo que irá isolar definitivamente o Senador Aécio Neves na vida e no comando partidário.

O momento não é de lamentar a saída de Tasso, mas sim de chancelar o apoio da opinião pública à sua candidatura e ao que ela representa, não se trata de uma simples disputa partidária, mas sim de uma disputa de métodos e de postura no comando de um partido e, consequentemente, no que se espera dos homens públicos. A eleição do PSDB será acirrada, mas o afastamento de Tasso o torna mais competitivo e, com sua eleição o PSDB se fortalece.

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