Findada a votação pela admissibilidade da denúncia contra o presidente Temer, a única surpresa para o governo foi o placar, 263 votos a favor de Temer e 227 votos contrários, mais 21 abstenções e ausências. O governo, no entanto, não tem razões para comemorar, o placar foi demasiadamente apertado, 36 votos de diferença mostrando que a oposição hoje tem força para segurar o ímpeto reformista do governo.
O resultado positivo para o governo omite que todo este aperto foi resultado de vultuosos esforços de cooptação da base, troca de titulares na comissão de constituição e justiça, liberação de 10 ministros para votar em plenário, pagamento de emendas parlamentares para deputados fiéis, reuniões, jantares, conversas e concessões fizeram parte da rotina do presidente nas últimas. Ainda assim o governo saiu votação do mesmo tamanho da oposição, que não teve estes mesmos recursos. A oposição ainda está um pouco longe dos 342 votos necessários para aceitar a denúncia, mas já tem votos suficientes para impedir novas reformas. Enfim, o Brasil fica por último no jogo de interesses de Brasília e esta sobrevivência momentânea além de um mal exemplo, custará caro.
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