Uma das faces mais cruéis de uma crise longa e aguda como a que abateu a economia brasileira desde o 2° trimestre de 2014, é o desemprego. Durante quase todo este período, o emprego no Brasil recuou significativamente, e o país chegou a apresentar 14,2 (13,6%) milhões de pessoas sem trabalho veja aqui.
Durante este ano, no entanto, este importante agregado macroeconômico tem apresentado consecutivos sinais de melhora, e desde então, o desemprego tem recuado tanto em volume absoluto de trabalhadores, quanto em percentual da PEA, chegando a 12,8% como você pode ver aqui. Duas questões podem ser levantadas a partir desta indiscutível melhora:
Primeiramente, este é um processo com especificidades, já que não é normal que o emprego apresente retomada antes do próprio produto, isto revela, em última instância, que este processo é fruto da reforma trabalhista aprovada pelo congresso e sancionada em julho pelo presidente leia mais aqui. Grosso modo, a expectativa de regras trabalhistas menos rígidas, expondo às empresas a menor custo e, principalmente, a menor insegurança jurídica no futuro, pode ser um fator de elevação do emprego no presente.
Em segundo lugar, esta é apenas uma melhora relativa, pois trás algumas especificidades. A primeira delas, é que este foi um movimento conduzido pela geração de empregos informais como você pode constatar aqui. Se em parâmetros quantitativos esta queda no desemprego é bem vinda, uma análise qualitativa mostra que a qualidade deste emprego ainda deixa a desejar. Portanto, os impactos desta variação positiva no mercado de trabalho, deverá .demorar algum tempo, para mostrar seus efeitos sobre a demanda.
Uma outra questão importante, consiste na avaliação quanto ao igual período (maio a julho) de 2016, neste aspecto, o desemprego continua acima, quando a taxa verificada foi de 11,6% (que já era alto). Isto revela que, a despeito da melhora, o desemprego ainda deve demorar muito a atingir níveis satisfatórios. Finalmente, este movimento trouxe um novo impacto favorável para economia, o crescimento da renda na ordem de 1,3% que você verifica aqui, inédito, desde que o Brasil mergulhou na crise. Com estes indicadores, é possível acreditar em uma taxa de desemprego por volta de 12% em dezembro deste ano, corroborando, inclusive, com a lenta recuperação da economia brasileira.
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