Se há uma certeza axiomática no Brasil contemporâneo, é que todos estão mais pobre independente da classe social. O Brasil conviveu historicamente com níveis incivilizados de pobreza, isto começou a ser revertido nos anos 1990 com muitas medidas conjuntas. A estabilização da inflação e da moeda, as políticas de inclusão que levaram a escola básica a todas as crianças, a estruturação do SUS, a quebra de monopólios farmacêuticos e criação dos genéricos, além das políticas focalizadas de renda mínima, como Bolsa Escola e Bolsa Alimentação.
Ao longo dos anos 2000, houveram avanços quantitativos significantes nestes programas focalizados de renda mínima, mas não houveram avanços significativos nos demais programas de acesso a saúde e educação, necessários para que no longo prazo, programas de transferência de renda fossem desnecessários e dispensáveis. Agora, em 2017, após inúmeros retrocessos econômicos e sociais dos governos Dilma, a pobreza, quando analisada exclusivamente no seu conceito restrito (de renda) volta a aumentar, fruto do desemprego, da baixa produtividade, da baixa escolaridade dos trabalhadores de origem mais humilde. Isto redundou na inclusão de 143.000 famílias no cadastro do programa Bolsa Família. Com isto, o Brasil conta hoje com 12,7 milhões de famílias atendidas pelo programa. Considerando uma família média brasileira contendo 4 pessoas, existem hoje cerca de 50 milhões de pessoas dependendo do benefício, é importante construir as bases para dentro de 20 anos estas pessoas tenham um novo horizonte, e não dependam do programa. O país não pode coexistir com um número crônico de pobres.
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