A Real Defesa dos Pobres

Artigo Publicado no Jornal Correio de Uberlândia em 10/06/2016

 

No dia 03 o meu prezado colega Prof Roberto Bueno adjetivou-me como um falacioso articulista, em seu artigo intitulado “A Falácia Salomônica”, nestes termos, começo minha resposta pelo parágrafo final de seu artigo no qual Dr. Bueno diz trabalhar por um mundo igual e justo, ora, ou se trabalha por um mundo igual, ou por um mundo justo, é impossível compatibilizar ambos aspectos, já que justiça compreende o respeito ao direito, inclusive o direito de propriedade e o respeito ao mérito hostilizado por marxistas.
O Professor diz ainda que não trabalha pela injustiça social e pelo aumento pornográfico da desigualdade social, me espanta! Tendo a pensar que o Prof mudou recentemente de opinião, dado que fez voraz defesa do governo que devolveu ao trabalhador brasileiro a inflação, que todos sabem é um imposto sobre os pobres e o grande motor da desigualdade, permitindo a firmas monopolistas, capturar renda do consumidor pelo canal da fixação de preços.
Dr. Roberto me critica ainda por ter atribuído obsolescência ao pensamento marxista, neste caso permito-me uma contextualização, referi ao diagnóstico para a economia, (não me referi a filosofia ou ciência política) constatei apenas que esta visão de mundo não embasa por problemas de fundamentos, uma economia capitalista, seja pelos próprios erros, ou seja por que houveram pensadores que fizeram melhor, como Marshall e Walras, precursores da economia tal qual a estudamos até hoje.
Bueno explana que as mais sólidas democracias de bem estar foram construídas pelo acordo entre empregadores e trabalhadores inspiradas no socialismo, com todo o respeito meu nobre colega não deve ter lido Marx, o autor é explícito ao pregar no Manifesto Comunista a rupturada classe trabalhadora com a burguesia, por meio da revolução! Diz Marx:
Mas em momento algum deixa de elaborar nos operários uma consciência a mais clara possível a respeito da oposição hostil entre burguesia e proletariado, para que os operários alemães possam converter de imediato as condições sociais e políticas, produzidas necessariamente pelo domínio burguês, em outras tantas armas voltadas contra a burguesia
Neste sentido, é preciso enxergar o bem estar nestas sociedades à luz de outros autores, sugiro paper recente do ex ministro das finanças da Suécia Anders Borg (2013), que é categórico ao afirmar que o Welfare State lá construído, não se deveu à déficits do orçamento, pelo contrário, lá a dívida bruta é 40% do PIB e a austeridade é um valor incontestável.
O Prof se posiciona contrariamente à desigualdade social, mas parte de um diagnóstico pautado em teorias estranhas, com GRAVES problemas de fundamentos, certamente vai morrer tentando, já que erros de diagnósticos levam a erros de instrumentos, estes por sua vez promovem os resultados que hoje assistimos no Brasil e na Venezuela a profecia de Dornbush (1990), desemprego, inflação e juros elevados coexistindo ao mesmo tempo, graças ao descalabro fiscal que Dr Bueno relativiza.
Por fim, a pretensa falácia que o Dr. Bueno aponta em meus artigos, é exatamente o que existe de mais consensual no debate econômico atual, os mais notáveis economistas brasileiros concordam que o problema fiscal criou a crise econômica e não o contrário como o Dr. alega, tão pouco é razoável afirmar que eles se deram para manter benefícios sociais, ao menos é o que dizem os números do próprio governo.
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