Na noite da última terça feira 05/08 concedi uma palestra para empresários e lojistas da zona leste de Uberlândia, vinculados a câmara setorial criada pela CDL nos bairros Umuarama e Custódio Pereira, a apresentação de aproximadamente 1 hora e meia contou com a interatividade da plateia que tirou dúvidas e expôs as dificuldades que o segmento vem passando, tendo encerrado aproximadamente às 22:30.
A Palestra intitulada “A economia brasileira, um longo deserto entre 2014 – 18” seguiu um roteiro de trabalho didático e acessível, começando pelos aspectos macroeconômicos da crise pela qual a economia brasileira vem passando, foram apresentados dados sobre o produto, o emprego, a inflação e os juros, além de ter sido trabalhada exaustivamente a questão fiscal e a necessidade de se promover o ajuste sempre do lado do corte em gastos públicos, mudanças de regras de vinculação e eliminação de desperdícios, uma vez que, segundo dados, não há problemas de insuficiência de receitas públicas provenientes de uma carga tributária de quase 23% do PIB relativa apenas ao governo central.
Foi ainda avançado sobre os aspectos microeconômicos da crise brasileira, onde as intervenções alocativas provocaram um enorme desarranjo em vários setores da economia brasileira seja pelo lado da oferta, onde foi criada uma sobrecapacidade que deverá levar anos para ser preenchida, ou ainda pelo lado da demanda, onde uma bolha de consumo proveniente do período Mantega saturou a capacidade das famílias de continuarem expandindo sua demanda seja pelo prazo que estes produtos demoram para serem substituídos, ou ainda pelo endividamento que se deu.
Neste sentido a crise se dará principalmente no setor de construção civil, acompanhado da indústria, cujo a representação no PIB é aproximadamente 1/3 do que era em 1980, os danos mais visíveis se dará nos setores automobilísticos, eletrodomésticos e bens de capital. A crise setorial afetou em cheio ainda através de trapalhadas da política de preços represados o setor de abastecimento de energia composto por eletricidade, petróleo, gás e etanol, além de todos os ecossistemas econômicos que gravitam em torno destas atividades.
Por fim foram sugeridas algumas medidas estratégicas para a sobrevivência e expansão no período de incerteza, onde o reforço do caixa, a adesão à liquidações e promoções, o melhor gerenciamento de estoques e da logística operacional do negócio podem eliminar custos e reter recursos escassos dentro da empresa neste momento de incerteza, foi por fim apresentada algumas tendências de comportamento de alguns ativos comumente utilizados para investimentos.
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