A sucessão municipal em pauta
O momento político brasileiro passa por um dos seus momentos mais estranhos, há no país um vácuo quase geral de lideranças responsável por causar este intenso sentimento de desesperança nos brasileiros, é como se olhássemos para as opções que temos, e não fossemos capazes de observar nelas capacidade para nos tirar, como em 1994 da grave crise econômica e política na qual o país foi colocado.
Este sentimento perpassa também pela definição política regional, hoje não há clareza sobre quem irá suceder o prefeito Gilmar Machado. Mas também não há, até o presente momento, lideranças nem no campo da sua base, nem no campo das oposições qualquer consenso, necessário, não para vencer as eleições, mas para dar à cidade um novo horizonte.
Diante disto, devemos trabalhar com 2 cenários prováveis, o primeiro onde seria a volta do ex prefeito Odelmo Leão, favorito inquestionável, dado a qualidade do seu trabalho recente frente à prefeitura, que entretanto, reluta em assumir a condição de candidato, até por razões bastante compreensíveis, Odelmo é um dos mais influentes deputados da câmara e sem dúvida o melhor parlamentar da região, pode ainda ajudar muito a cidade e o próximo prefeito em seu restante de mandato como deputado federal.
Temos ainda o segundo cenário, o mais problemático, caso o ex prefeito não volte, aonde encontraremos um sucessor natural para o prefeito atual? Certamente a problematização existe a partir do momento que nenhum dos representantes com mandato estaria apto na minha opinião à despertar um novo sentimento de esperança na maioria da população.
Dentro os nossos deputados federais ou estaduais, não há um nome de consenso como em 2004 (páreo duro entre Odelmo, Bittar e Gilmar todos em boa fase parlamentar) capaz de angariar a confiança da população, as opções que hoje temos, muitos são cristão novos e terão que mostrar bastante serviço se tiverem a pretensão de sentar na cadeira de prefeito.
Fora do mundo político, há sempre as especulações sobre as candidaturas dos “eternos disponíveis”, toda véspera de ano eleitoral é a mesma conversa, especula-se sobre possíveis candidaturas de elementos ligados à algum setor produtivo, seja indústria, comércio, serviços ou agricultura. Em geral, estas são pessoas sérias, mas estão à frente de entidades representativas, que na prática são “panelinhas” incapazes de encontrar soluções reais e criativas para seus representados e são donas de uma retórica clichê e esquizofrênica na qual defendem na mesma passagem redução tributária e simultaneamente intervenções na infraestrutura ou no crédito.
Há ainda a Universidade onde temos alguns quadros de excelência em algumas áreas e uma maior proximidade com os processos morosos e burocráticos do setor público, pesa contra o fato desta ser um órgão distante da comunidade onde há um rico desenvolvimento de ideias mas pouca prática, seus quadros mais qualificados administrativamente não se envolvem diretamente com a política, e seus quadros que se envolvem politicamente, em geral são crentes em ideologias toscas e imbecis.
Em períodos de dificuldades, o eleitor está realmente preocupado com o seus reais problemas, tende a não procurar discursos populistas e demagogos, candidatos de riso fácil tendem a não se proliferar, mas sim pessoas sérias, confiáveis e seguras de um rumo a seguir, o problema está em encontrar estas pessoas.
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