Entrevista sobre a expectativa para 2015

Benito Salomão recebeu nesta manhã de sexta feira 23 a equipe de jornalismo da TV Universitária onde discorreu sobre o atual momento da economia brasileira, os pacotes de ajustes anunciados pelo ministro da fazenda, além das perspectivas, desafios e soluções para o ano de 2015 em termos de economia.

O economista viu com bons olhos as medidas de maior rigor no desembolso de benefícios como o seguro desemprego e o abono salarial, “era realmente necessário moralizar estes desembolsos que se descolaram da sua finalidade original, na prática o nosso desemprego era baixo não por causa de um aquecimento da dinâmica econômica, mas sim devido aos enormes incentivos que a população brasileira encontrava em não procurar trabalho devido à ampla rede de proteção social que foi construída no Brasil.” mas salientou que o desemprego vai aumentar. “A alteração das regras do seguro desemprego vai jogar de volta para o mercado de trabalho pessoas que estavam fora, isso num momento em que a anemia da economia brasileira se mostra incapaz de absorver esta mão de obra, portanto o desemprego vai aumentar”.

Sobre as medidas tributárias anunciadas pelo ministro Joaquim Levy Benito vê a necessidade urgente de se equilibrar o orçamento do governo mas salienta, “ajuste fiscal não significa aumento de impostos, num cenário em que a carga tributária atinge 37% do PIB o ajuste deve ser feito do lado do corte de despesas do governo”, disse ainda que medidas tributárias vão prejudicar muito o já baixo crescimento da economia, espantando investimentos, apertando o consumo e podendo inclusive prejudicar a própria arrecadação que cresce na base do crescimento econômico que será nulo este ano.

Perguntado se há alguma alternativa ao pacote tributário, Salomão responde: “Se a carga tributária é alta, o gasto público é rígido e cresce inercialmente, o déficit é alto, o crescimento é nulo, e os investimentos decrescentes, a melhor alternativa é a venda de patrimônio do governo, as privatizações e a venda de participações do governo em empresas estatais mais do que aportar de recursos o caixa do tesouro, podem melhorar a dinâmica do investimento sem fôlego desde o ano passado”.

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