A geografia do voto

Publicado no Jornal Correio em 25/06/2014
Embora a opinião pública esteja distraída com o fenômeno da copa do mundo sediada no país este ano, há um fenômeno paralelo ocorrendo no país, o pleito eleitoral que se aproxima nos traz um duelo muito mais interessante do que os verificados nos estádios até aqui, trata-se da mais apertada eleição disputada desde 1990, onde Collor venceu no segundo turno Lula.

A pouco mais de um ano atrás, a reeleição da presidente Dilma era dada como certa por todos os analistas políticos, após a onda de manifestações, entretanto, a situação se reverteu, e hoje o candidato de oposição Aécio Neves parece ter ganhado musculatura para disputar em pé de igualdade com o PT a presidência do país.

Analisando a coligação, Aécio dispõe, mesmo diante da desidratação do Democratas, da maior base de apoio ao grupo ligado ao PSDB desde a eleição de 2002, a entrada de PTB, Solidariedade, DEM e vários alguns diminuem a diferença de tempo de televisão em relação ao governo, e equilibra o exercito de candidatos a cargos legislativos nos estados, portanto, embora ainda em desvantagem, Aécio tenderá a ter uma situação mais confortável em termos de alianças políticas em relação aos candidatos anteriores do PSDB.

Do ponto de vista dos palanques estaduais, a situação parece se contornar a favor da oposição, em São Paulo, o PSDB historicamente vence e deve continuar vencendo, e desta vez a vitória deverá se dar também em Minas, estado de Aécio que deve garantir a vitória na região sudeste, já que no Rio de Janeiro uma aliança competitiva com o PMDB deve quebrar a vantagem petista.

Na região sul, o PSDB normalmente vence, e deve manter o desempenho com vitória nos três estados, a região centro oeste é uma incógnita, o desempenho de Aécio pode estar muito atrelado ao desempenho do governador Marconi Perillo em Goiás, mas não há nada garantido, já que houve uma debandada do setor agropecuário em favor do governo.

A região Norte, onde o PT venceu em todas as eleições anteriores tende a ter uma situação mais equilibrada desta vez, a formação de palanques fortes nos principais estados com Arthur Virgilio prefeito bem avaliado de Manaus e o governador Simão Jatene no Pará, garantem um maior equilíbrio na região, quem vencer no norte, vencerá por pouco.

O Nordeste, por fim, principal reduto eleitoral do PT, onde as vitórias são sempre de 2 pra 1, ou seja, o PT tem sempre o dobro dos votos da oposição, deve amargar um placar mais magro destra vez, a aliança formada na Bahia, com ACM Neto, Geddel e Paulo Souto, deve equilibrar a eleição no estado, no Ceará, a volta de Tasso deve também favorecer a candidatura do Aécio, e em Pernambuco, Eduardo Campos deve vencer, quebrando a hegemonia do PT na região, embora Dilma deva ser a vitoriosa lá.

A eleição deste ano, caminha para um resultado equilibrado, quem vencer, vencerá por pouco, isso abre uma enorme oportunidade para a oposição, com Sul e Sudeste fechados com Aécio, a possibilidade de vitória no Norte e Centro Oeste, pode levar o candidato tucano a ir para o segundo turno na frente da petista, o que pode leva-lo a vitória no segundo turno, onde tempo de televisão empatam e os candidatos a deputado estão fora, os palanques ficam equilibrados, o que pode levar um projeto alternativo ao governo do Brasil após 12 anos.
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