Outro fator que não permite uma paridade com nossos concorrentes emergentes são os nossos custos trabalhistas que são mais elevados do que qualquer outro país do mundo, nosso mercado de trabalho é tão destorcido de forma que os encargos e impostos incidentes sobre a folha que se torna oneroso pra quem paga o salário e medíocre pra quem recebe.
Por fim temos uma infra-estrutura precária e desordenada, muitas vezes um produto produzido em Mato Grosso, paga uma energia mais cara, e tem custos de frete mais elevados para chegar nos portos do que os estrangeiros para atravessar o oceano.
Acontece que é mais fácil para o governo escolher o câmbio como bode espiatório do que assumir que não tem cumprido com suas obrigações e resolvido os problemas estruturais da economia brasileira. Como tentativa de mostrar alguma preocupação lança pacotes de estímulo, cria siglas ao estilo PAC que podem até atenuar, mas não resolvem nossos problemas econômicos.
1 comentário
SpaceWagner
Caro Benito,
Sua reflexão é um tema que não tem fim. Tratam-se de problemas antigos da economia brasileira, que, entendo eu, são de caráter estrutural.
E para resolver problemas estruturais, políticas pontuais podem ser insuficientes. Por isso a velha defesa de que se adotem planejamentos de longo prazo (mais do que políticas). Grandes projetos que consigam 1. mapear todas as deficiências e nós estranguladores da economia brasileira 2. Atuar em diversas frentes 3. Privilegiar efeitos de transbordamento e interdependência entre os setores da economia e 4. tudo isso da forma mais eficiente possível.
Infelizmente sabemos que isso envolve muitos custos de transação e problemas de escolha pública! Muitos dos problemas brasileiros encontram-se mais em instituições imbecis (Já diria Veblen), formadas ao longo do tempo e cristalizadas nos hábitos da sociedade. O processo de desenvolvimento pode e deve passar por uma reformulação do ambiente institucional!
Grande abraço direto de Porto Alegre,
Wagner